segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Abandono ou resguardo de sentimento?

A crueza dos olhares insípidos impiedosamente descosturam roupas expondo corpos ainda virginais ao descontentamento. Pois bem, esse raciocínio me vem de conversas, comentários e particularmente um filme que revi ontem - Ligações Perigosas. Impressionante pela falta de sensibilidade do personagem interpretado por John Malkovich, perturbador pelas atrocidades vaidosas que calcula sombriamente a cada passo traçado por seus próprios membros. Feroz, requintado e excêntrico se aproximando do Paraíso das Desgraças. Michelle Pfeiffer faz a moça conservadora, moralista que segue à risca o estabelecido pela ordem social, tendo uma amiga que a aconselha contra o homem profano. Ela insiste pra que ele fique longe, ele a quer para envaidecer-se ao espelho e contar causos incríveis a sua grande amiga sórdida. A trama é muito mais que isso e vai ainda mais longe, entretanto o fato é como falar de amor ficou piegas, demodê, inodoro, desmotivante e criteriosamente sem a menor graça - detalhe: Não falo pelo que sinto, mas pelo que vejo e ouço.

Cobiça, rudimento que impera século pós século, que ainda escandaliza, embaraça e mata. Tão distinto do século passado em que pelo menos existia romantismo mesmo como conduta amoral conduzida simplesmente pela posse do saciamento do desejo. Ausente de amor, privado do amor que então se aproxima do querer vingativo, consequentemente ódio que destrói, diversos sentimentos conflitantes que negam e afirmam sua existência. Isso é autodestruição. Como alguém pode ser traiçoeiro numa agudez miserável? Como se pode abdicar da felicidade amorosa em somente segundos de mau entendimentos?

Alguns homens me surpreendem com a obsoleta proximidade primata dos macacos, outros com a sutiliza romântica a qual tão aprecio e lamento que isso esteja em extinção. Acredite: As mulheres sempre fizeram loucuras quando possuídas pelo desejo de amor e sedução. Entregavam-se mesmo que vivessem apontadas e mal faladas para uma eternidade de infelicidade. Homens? Capricho, fetiche, apenas uma gula por determinada sobremesa naquele exato momento. Digo exato porque, segundo cientistas, os homens possuem uma habilidade maior no raciocínio matemático se comparados com as mulheres, calculam milimetricamente seus troféus.

Existe uma personagem escrita pelo dramaturgo Ruy Jobim Neto chamada Mariana da peça Do Claustro que diz o seguinte: "Tem sido finalmente o amor, e não mais somente pele, não mais somente corpo. (pega uma carta do amado e lê) Amo você, mulher de uma vida inteira." Acredite! Palavras que saíram da mente de um homem, ou seja, não devemos ser tão diferentes assim.

Questionamentos a parte, não existe absolutamente nada melhor do que a magia das palavras "Eu te amo" - não importa em que língua são ditas, o poder de se chegar a alma é o mesmo.

Link interessante: As aparências enganam

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