Definitivamente descobri que não sou gente. O espírito meditativo me disse que é melhor adquirir consciência extra-social ou então fechar os olhos e fazer uma síntese do ser ou não ser shakesperiano. Eis então que me defino como não humana. Melhor contar a história:
Estava perambulando por uma dessas ruas estreitas de São Paulo - local de trânsito, inconsciência, mortes, sequestros, fome e cheio de vitrines chiquérrimas. Dar-se a isso nome de rotina de uma metrópole. Continuando meu trajeto não muito definido, ouço uma voz vindo em minha direção:
- E aí, gata?
Bem sensato de minha parte fingir problemas auditivos, fato ignorado posto que não me categorizava entre os quadrúpedes. Entretanto, logo mais, singelas palavras chegaram aos meus ouvidos numa vibração aguda:
- Delícia!
- Gostosa!
Quase me sentindo uma margarina, perguntei à minha pessoa se pertencia de alguma maneira a um tipo de prateleira de refrigerador, a classe dos produtos comestíveis. Devo ter negado minha ligeira essência ou semelhança posto que me sentia ainda parte da humanidade entitulada de Homo Sapiens. Sendo assim, esqueci o ocorrido.
Distraída com a correria (e não era São Silvestre), simplesmente haviam levado minha bolsa, continuo a caminhada e alguns passos adiante, o mesmo senhor de outrora me denomina apetitosa. Recebe de minha parte um balde de água fria, afinal já era tempo. Replica me chamando de vaca. Eu, já irritada pela crise existencial em mim pronunciada, custo a entender e acreditar no meu lado quadrúpede e ruminante, mando-lhe então às favas!
Na certeza de minhas quatro patas e de minha volúpia, encanto o mundo na certeza de não ser uma galinha (animal bípede por supuesto!).
Estava perambulando por uma dessas ruas estreitas de São Paulo - local de trânsito, inconsciência, mortes, sequestros, fome e cheio de vitrines chiquérrimas. Dar-se a isso nome de rotina de uma metrópole. Continuando meu trajeto não muito definido, ouço uma voz vindo em minha direção:
- E aí, gata?
Bem sensato de minha parte fingir problemas auditivos, fato ignorado posto que não me categorizava entre os quadrúpedes. Entretanto, logo mais, singelas palavras chegaram aos meus ouvidos numa vibração aguda:
- Delícia!
- Gostosa!
Quase me sentindo uma margarina, perguntei à minha pessoa se pertencia de alguma maneira a um tipo de prateleira de refrigerador, a classe dos produtos comestíveis. Devo ter negado minha ligeira essência ou semelhança posto que me sentia ainda parte da humanidade entitulada de Homo Sapiens. Sendo assim, esqueci o ocorrido.
Distraída com a correria (e não era São Silvestre), simplesmente haviam levado minha bolsa, continuo a caminhada e alguns passos adiante, o mesmo senhor de outrora me denomina apetitosa. Recebe de minha parte um balde de água fria, afinal já era tempo. Replica me chamando de vaca. Eu, já irritada pela crise existencial em mim pronunciada, custo a entender e acreditar no meu lado quadrúpede e ruminante, mando-lhe então às favas!
Na certeza de minhas quatro patas e de minha volúpia, encanto o mundo na certeza de não ser uma galinha (animal bípede por supuesto!).
Acesse: A Evolução da Mastigação
Um comentário:
Que situação?
Antes não ser galinha e dar um bom caldo barato do que ser uma vaca profana que grita uma patada merecida (risos).
Boa, Morelli, gostei mto...
Bjs,
Cris
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